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AIDS entre idosos: uma questão de preconceito

De acordo com o último Boletim Epidemiológico AIDS e DST (2013) do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Governo Federal, a taxa de detecção da doença

entre o público com mais de 60 anos por 100 mil habitantes cresceu mais de 80% nos últimos 12 anos no País. O índice de 4,8 (2001) saltou para 8,7, em 2012. Para especialistas, esse aumento é resultado de uma fraca atuação de conscientização e combate entre os idosos.

Tanto a pessoa idosa quanto os profissionais da saúde tendem a não pensar na AIDS e, muitas vezes, negligenciam a doença nessa faixa etária. E o diagnóstico tardio de AIDS permite o aparecimento de infecções cada vez mais graves e compromete a saúde mental (podendo causar até demência).

Para o infectologista Jean Gorinchteyn, médico do Ambulatório de AIDS do Idoso do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e autor do livro “Sexo e AIDS depois dos 50”, ignorar a sexualidade dos idosos atrapalha a sociedade médica em diagnósticos, pois geralmente ela não é considerada nesta população. 

Por outro lado, para uma pessoa com 50 anos ou mais, é difícil aceitar que é necessário utilizar a camisinha, pois há uma cultura entre os mais velhos de que o preservativo foi feito para os jovens e que diminui o prazer. Conseguir mudar este pensamento é o maior desafio, uma vez que, geralmente, as campanhas trazem uma linguagem voltada somente para a juventude.

O Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, 1º de dezembro, foi instituído em 1988 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma data simbólica de conscientização para todos os povos sobre a pandemia de AIDS. 

Em Novo Hamburgo, o dia será marcado pela campanha Juntos na Luta Contra a AIDS, da Prefeitura Municipal. Foram montados Quiosques da Prevenção nas estações, Novo Hamburgo e Santo Afonso do Trensurb, das 10 às 18 horas, abordando os usuários do transporte coletivo e fazendo a distribuição de preservativos e panfletos explicativos. 

A partir de hoje, em todas as Unidades de Saúde do Município, será disponibilizado o teste rápido para verificação de HIV, Sífilis e Hepatites. Segundo dados SMS, em 2013, 3.636 testes foram realizados, resultando em 158 casos positivos. O Município atende a 2.059 portadores, estando 1.103 em tratamento com medicamento antirretroviral.