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José Oliveira da Silva, o atleta mais velho do nosso voleibol 

José Oliveira da Silva, 86 anos, nasceu em 23 de janeiro de 1928, militar aposentado, já nadou, lutou boxe, capoeira, praticou corrida e nunca abandonou a atividade física.

No início da década de 1980 ele se tornou um apaixonado pelo vôlei e viu pela televisão nascer um grupo de ídolos como Bernard, Renan, Badalhoca, William, Bernardinho. 

Para não ficar parado, José Oliveira da Silva encontrou, em Campo Grande, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro,  um projeto esportivo para a terceira idade, com atividades voltadas para o desenvolvimento motor, que reúne idosos para participar do voleibol adaptado, conhecido como câmbio. 

Nele, os atletas executam o objetivo do voleibol que é jogar a bola para o lado adversário, mas com o fundamento de segurar e lançar, sem golpes de ataque, saque ou bloqueio. A equipe chegou a disputar competições de câmbio, mas os idosos queriam mais.

Foi com a chegada do professor Sérgio Alan, há 7 anos,  que o seu José pode realmente treinar o verdadeiro voleibol, com o treinamento de fundamentos três vezes por semana, saque, recepção, levantamento, ataque e bloqueio, noções de posicionamento e regras básicas. O professor levou a equipe  para o Vôlei Master 2014, a primeira competição cooficial da equipe masculina. Para José Oliveira da Silva, foi a primeira competição oficial de vôlei da vida: “Embora com dificuldade no deslocamento, pela minha idade e a derrota no final, para mim esse jogo é marcante, é meu primeiro na vida. Pensei que ia morrer e não ia jogar vôlei” – afirmou seu José.

O atleta de 86 anos foi a sensação no primeiro dia da categoria 63+. Embora 23 anos mais velho do que a maioria dos adversários, José era ovacionado a cada toque na bola, que nem sempre resultava em ponto para sua equipe, mas isso era o que menos importava.

O técnico Sérgio Alan, que treina mais de 25 atletas acima de 50 anos,  garante:

“Ver o brilho nos olhos de cada um deles é meu maior presente. Eles vieram aqui para jogar, dentro das suas limitações motoras e fizeram o que podiam. Para mim, eles são vencedores, mais do que isso, esses servem de exemplo para muitos, de que é possível continuar.