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Um superatleta que inspira atletas

Você é daquelas pessoas que acham que a terceira idade está longe de ser a melhor idade? Que o bom mesmo seria permanecer na adolescência?

Pois conhecemos uma pessoa que prova que você pode estar enganado, ou pelo menos equivocado em seu pnto de vista: Antônio Martins dos Reis, 73 anos. Ele tem tudo que a maioria dos “vovôs” tem e comemoram por ter, uma esposa que é sua companheira há 47 anos, três filhos crescidos, seis netos e uma bisneta. Porém, ao contrário de outros tantos, tem muita, mas muita vitalidade. Vitalidade essa de causar inveja a muitos adolescentes, mesmo os menos sedentários. Para ele, acordar às 5 horas da manhã e dar uma corridinha de ida e volta a Taquara, é rotina e olha que ele mora em Campo Bom. São só 50 km. Uma corridinha de nada, para quem já venceu uma ultramaratona percorrendo 176 km. 

Mas não são somente os títulos, aliás um monte deles, que faz deste senhor uma pessoa especial. O que o torna especial é sua capacidade de inspirar os mais jovens. Quem olha seu perfil no Facebook - claro que ele tem um perfil no Facebook - se surpreende pela quantidade de depoimentos e elogios tecidos a ele.  São pessoas de todas as idades e de várias partes do país, que além de agradecerem a sua generosidade nas pistas - são pessoas que começaram a correr agora, fazem 5 km, 10 km -,  agradecem ao Antonio a motivação e apoio para ir além e superar os seus próprios limites. 

Mas “seu” Antônio não se importa só com o seu bem-estar, como faz questão de estimular estes cuidados nos outros. Ele fez com que muitas pessoas, agora amigas, começassem uma atividade física. Muitos começaram caminhando devagarinho e hoje já dividem a ciclovia de Campo Bom com ele. Cidade que lhe concedeu o título de cidadão, homenagem proposta pelo presidente do Legislativo, vereador Marinho Moura, em reconhecimento às suas conquistas como ultramaratonista.

Quando veio para Campo Bom em 1984, não imaginou qua a cidade seria tão generosa com ele. Trabalhou na Citral até 2001, começando como fiscal – ficou nesta função durante oito meses – sendo logo promovido a gerente. Foram 18 anos dedicados à empresa. 

Ainda quando morava em Porto Alegre, Antônio ganhou sua primeira medalha como corredor aos 12 anos. Mas o seu forte era o futebol, esporte que nunca abandonou. Mesmo gerenciando a Citral, ele não largou o esporte. Era “peladeiro” de final de semana. Por isso, quando saiu da empresa, pensou em retomar o futebol, mas foi vetado por dona Dalva, que o alertou para seus 94 quilos e falta de condicionamento. Com o que concordou. Começou a caminhar na ciclovia, a trotear, a correr e não parou mais. Hoje com 65 quilos, sem acompanhamento nutricional, nem ingestão de suplementos, mantém uma alimentação balanceada e carne vermelha só entra no cardápio quando está se preparando para as corridas, do contrário é peixe e muita banana. É quase um Guga das corridas. 

Antonio encontrou no seu neto de 5 anos e sua neta de 15, companheiros da sua paixão pela corrida.

O que o motiva? 

“Estar no meio dos jovens, fazer amigos, servir de incentivo aos outros, é isto que me leva a correr. Não entro na pista para ganhar, entro para fazer o meu melhor”, responde Antônio.

Ele é um gerreiro, pois ainda trabalha a semana toda para pagar suas despesas de viagem, pois não dispõe de patrocinio.

Imagine onde poderia chegar se tivesse mais condições?

Um exemplo de pessoa. 

Vitalidade de um garoto, com a sabedoria de um septuagenário.

E o seu forte não era a corrida, imaginem ele como jogador de futebol? 

“Quanto maiores são as dificuldades a vencer, maior será a satisfação.” 
Marcus Tullius Cícero