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AUTOEFICÁCIA - acreditando em suas habilidades

Viajar, participar de um grupo, iniciar um curso de informática...tudo isso faz muito bem para qualquer pessoa. Para um idoso, pode ser ainda mais significante.

Pode representar um recomeço de vida, que o afaste do isolamento ou mesmo da temida e frequente depressão. Não é raro, no entanto, ouvirmos do pai, mãe ou companheiro: “Não vai dá. Eu não consigo”. Ou mesmo uma desculpa qualquer, para camuflar qualquer sensação de incapacidade.

À percepção da pessoa de ser capaz de realizar uma tarefa, damos o nome de auto-eficácia. Esse termo foi popularizado por Bandura, que também o associa à força de vontade em acreditar nas suas habilidades e na autoestima. O pesquisador acredita que valorizar a autoeficácia das pessoas as torna mais aptas a vencer transtornos, além de aumentar as chances de se desenvolver um envelhecimento bem-sucedido. Estudos mostram que o nível de autoeficácia das pessoas influencia vários aspectos da vida, como sucesso profissional, melhor memória, menos estresse e melhor saúde física. A explicação dessa relação entre autoeficácia e melhor saúde se dá porque o que pensamos está fortemente relacionado a nossos comportamentos. Isso quer dizer, quanto mais positivos forem nossos pensamentos em relação a nós mesmos, maiores as chances de agirmos em prol da nossa saúde. Acredita-se que o pico de autoeficácia, ou seja, o momento da vida onde tanto homem quanto mulher tem mais confiança em suas capacidades, seja por redor dos 60 anos.

Pesquisadores relacionam o senso de autoeficácia às nossas experiências positivas, às experiências (também positivas) daqueles que nos cercam – das quais podemos tirar lições –, com a persuasão verbal e ao estado de humor – pessoas com quadros depressivos acreditam bem menos em suas capacidades. Um detalhe importante diz respeito ao meio do qual tomamos como referência. Se a pessoa, no caso o idoso, está inserido num ambiente onde os outros não ofertam experiências positivas, das quais se pode tirar um aprendizado positivo, o senso de autoeficácia tende a ser menor.  No caso oposto, quando o idoso está inserido num ambiente onde os outros têm experiências positivas, como viajar ou participar de atividades sociais, a tendência é de aumento em seu nível de autoeficácia - como se fosse algo contagioso. Fora isso, a chance de que essas pessoas, mais ativas, consigam persuadir o idoso em questão a experimentar novas coisas também é grande, o que poderá aumentar também sua crença em suas capacidades.

“You can do!” (no português: você pode!) foi a mensagem deixada pela Dra. Robin West na palestra sobre autoeficácia que assisti semana passada. Você pode! E para isso, procure aproximar-se de pessoas com experiências positivas, das quais você possa aprender. Evite quem só te coloca para baixo, ou quem passa os dias ruminando as mesmas ideias ou fazendo fofocas. Escolha suas companhias e veja o quanto sua vida pode melhorar! Outra dica importante que ficou da palestra foi: comece com objetivos mais simples. A tal caminhada diária de 1 hora pode ser iniciada com um pequeno esforço de 15 minutos. Assim como a leitura de um livro de 300 páginas pode começar com a de pequenas crônicas.

Você pode!

Dr. Leandro Minozzo - CRM 32053
Mestre em Educação - Clínico Geral - Especialização em Geriatria pela PUCRS
Pós-graduado em Nutrologia pela ABRAN