Catarata aumenta depressão entre idosos, é o que constatou o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto.
Para Queiroz Neto, o alto índice de depressão em idosos tem, em parte, uma relação direta com a catarata.
Isso porque um levantamento feito pelo médico nos prontuários de 132 pacientes do hospital mostra que 64% tiveram melhora do estado emocional depois da cirurgia de catarata.
Segundo ele, o envelhecimento da população aumenta o número de pessoas com catarata, a maior causa de cegueira tratável no mundo. A doença lentamente embaça o cristalino, lente natural do nosso olho.
E quanto mais avançada a idade, maior a chance de ter catarata.
Segundo o CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia), a prevalência é de 17% entre os menores de 65 anos, 47% em quem tem de 65 a 74 anos e 73% em quem tem mais de 75 anos.
O médico diz que não é possível impedir a progressão por se tratar de um processo natural do envelhecimento ocular.
Mas adverte que quanto mais avançada, maior a dificuldade para realizar atividades corriqueiras e a chance de entrar em depressão.
Engana-se quem pensa que para resolver o problema basta tomar um antidepressivo.
Isso porque, segundo um estudo realizado no Canadá, os medicamentos que agem como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) aumentam em 15% o risco de desenvolver catarata.
A cirurgia é indicada quando o paciente começa a ter limitações para dirigir, ler, usar o computador ou realizar qualquer outra atividade.
O problema, ressalta, é que a maior parte da população depende do atendimento do SUS e desde 2006 os mutirões de catarata foram reduzidos em todo o país.
Por isso, a cegueira causada pela doença vem crescendo no Brasil com uma prevalência 50% maior entre mulheres.
Dicas de prevenção:
- Usar lente com proteção UV (ultravioleta) nas atividades externas.
- Proteger os olhos da luz azul invisível emitida pelos equipamentos eletrônicos.
- Controlar o consumo de sal, que forma depósitos no cristalino, evitando carnes embutidas, saleiro na mesa e sopas prontas.
- Controlar os níveis de glicose e colesterol com exames de sangue.
- Evitar cigarros e bebidas alcoólicas.
- Dormir de 6 a 8 horas por noite.
A boa notícia é que atualmente a cirurgia é mais segura e precisa.
Isso porque as incisões podem ser feitas com o laser de femtosegundo, que revolucionou a cirurgia refrativa para corrigir miopia, hipermetropia e astigmatismo.
O especialista ressalta que a exposição ao calor do ultrassom também é menor.
Por isso, a perda de células irrecuperáveis da córnea é menor.