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Estamos à beira do caos previdenciário

Há vários anos a Previdência Social é alvo de alertas, que partem tanto da oposição quanto do próprio governo no Brasil. Já não é nem mais caso de fogo amigo - como são

classificadas as críticas vindas de aliados. A incompetência em gerenciar as aposentadorias no país já foi integrada ao jogo político. Não se sabe quando surgiu, nem como será resolvida.

O último diagnóstico é do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Livro lançado por pesquisadores destaca o aumento da expectativa de vida e o crescimento da população idosa. Os estudiosos se mostram preocupados com as consequências desse fenômeno, o que inclui gastos com saúde e previdência.

O problema, detecta o Ipea, é que isto significa também que diminui a população economicamente ativa, que é justamente quem trabalha para pagar a conta dos aposentados. A balança está desequilibrada, anunciam os pesquisadores.

Talvez seja ainda pior e a balança esteja próxima de ruir. Afinal, a economia brasileira está com uma crise anunciada batendo a sua porta. Sem crescimento, não há como pagar os custos do segmento idoso da população, aquele que tanto batalhou ao longo da vida para desfrutar das benesses de ser um maior de 60.

Mas afinal, que benesses são essas? Serão mesmo privilegiados esses milhões de aposentados que ganham apenas o salário mínimo? São eles os reais responsáveis pelo caos previdenciário? É claro que esse será o discurso de muitos, talvez como justificativa para que a corda estoure no lado mais fraco.

É previsível que, em breve, quando a conta que já não fecha finalmente implodir o Tesouro Nacional, o “corte na carne” não atinja as polpudas aposentadorias de senadores e deputados, ou quem sabe de juízes e a ajuda de custo aos seus familiares.

Certamente, na hora que e a corda roer, será o idoso carente e seus míseros trocadinhos - que recebe em troca de uma vida dedicada ao crescimento do país - os principais e talvez únicos afetados.

O alerta vale também para o jovem de hoje, que sonha em ser funcionário público e que no futuro pode ter seu projeto de vida abortado. Afinal, a já inchada máquina pública também vai sucumbir algum dia e mesmo o funcionário de carreira pode ter direitos alterados daqui a alguns anos.

É chegado o momento de refletir e agir. O Brasil vai quebrar sem uma reforça previdenciária. E como esse momento se aproxima cada vez mais rápido, os aposentados devem estar atentos para que não saiam da tempestade ainda mais desvalorizados.